A ordem inclui a cidade de Khan Younis, que é densamente povoada com muitos palestinos deslocados. As Forças de Defesa de Israel (IDF) descreveram a província como uma "zona de combate perigosa que já foi alertada diversas vezes".

A área que recebeu a ordem de retirada engloba todo o sul do enclave, incluindo a fronteira entre Gaza e Egito, onde forças israelenses ocuparam o Corredor Filadélfia, uma faixa de 14 quilômetros ao longo da fronteira.

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A ordem instrui os palestinos a se deslocarem para a área de Al-Mawasi, uma estreita faixa de terra ao longo do Mar Mediterrâneo.

Mais cedo, o Exército disse que três foguetes foram disparados do sul de Gaza, dois dos quais caíram no território palestino e um foi interceptado.

A ordem, que também abrange partes do leste de Gaza, ocorre após os militares terem delineado sua estratégia para assumir o controle do território, onde travam uma guerra desde outubro de 2023 para erradicar o Hamas após os ataques de 7 de outubro.

Um oficial militar israelense disse à CNN nesta segunda-feira que Israel planeja ocupar 75% de Gaza dentro de dois meses como parte da nova ofensiva.

Se implementado, o plano forçaria mais de dois milhões de palestinos a se alojarem em um quarto do enclave costeiro, cercados por quase todos os lados por forças israelenses. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou neste mês que toda a população seria deslocada para o sul de Gaza.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) agora têm cinco divisões operando em Gaza, totalizando milhares de soldados. Em visita às tropas em Khan Younis no domingo, o chefe do Estado-Maior das IDF, Eyal Zamir, disse: "Vocês estão lutando na frente central do Estado de Israel. Esta é uma guerra prolongada e multiarena."

Na segunda-feira, o gabinete de imprensa do governo do Hamas afirmou que Israel já controla "efetivamente" 77% de Gaza por meio do "poder de fogo pesado que impede civis palestinos de arem suas casas, áreas, terras e propriedades, ou através de políticas opressivas de retirada forçada".

Israel está sob crescente pressão internacional — inclusive de aliados de longa data — por sua decisão de expandir a guerra e, nas palavras de um ministro israelense, “conquistar” o território.

O Reino Unido suspendeu as negociações comerciais e impôs sanções aos colonos na Cisjordânia. Canadá e França ameaçaram aplicar sanções. E a União Europeia – o maior parceiro comercial de Israel – está revisando seu histórico Acordo de Associação com o país.

O chanceler alemão Friedrich Merz disse à emissora pública alemã ARD na segunda-feira que as ações do exército israelense em Gaza "não podem mais ser justificadas com base na luta contra o terrorismo do Hamas".

A secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, no entanto, reiterou o apoio dos EUA a Israel no domingo.

Ela se encontrou com Netanyahu e expressou apreço pela conduta do primeiro-ministro na guerra, de acordo com uma declaração da Assessoria de Imprensa do Governo Israelense.

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