A Feira do Livro 2025 começa neste sábado em São Paulo

Novidade desta edição é espaço especial para crianças

Duda Cambraia, da CNN, São Paulo
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A quarta edição da Feira do Livro 2025 começa neste sábado (14) e vai até o próximo domingo (22), na praça Charles Miller, no Pacaembu, bairro da zona oeste de São Paulo. A expectativa da organização é receber ao menos 110 mil pessoas nos nove dias de festival.

Ao todo, serão mais de 250 eventos gratuitos, entre debates, oficinas, contações de história e outras atividades em torno do livro e da leitura.

Pelo menos 200 autores e autoras devem ar pela feira. É um número recorde de encontros literários do festival. Marcelo Rubens Paiva, Lázaro Ramos e Dr. Drauzio Varella são alguns dos nomes convidados.

O tema desse ano é a celebração dos 40 anos de democracia no Brasil. “Eu acho que não existe nada que simbolize mais a democracia do que livros, uma editora de livros ou uma feira de livros”, afirmou à CNN o diretor-geral da Feira do Livro, Paulo Werneck.

A ideia do evento é promover a bibliodiversidade, ou seja, focar na presença de editores e autores de perfis diversos, de vários lugares do mundo e com diferentes estilos literários.

A escritora portuguesa Lídia Jorge tem mais de 20 prêmios literários e 23 títulos publicados. Neste sábado (14), ela participou de uma palestra sobre as cinco décadas de descolonização de Cabo Verde, Moçambique, Angola e Guiné-Bissau.

“Em um momento que há uma espécie de monopólio de determinadas línguas, sobretudo a língua inglesa, o pensamento numa outra língua, como a portuguesa, consegue combater e resistir aquilo que é uma espécie de tentativa da homogenização”, afirmou Lídia Jorge à CNN.

Espaço Rebentos

A principal novidade da Feira do Livro deste ano é a estreia da programação oficial voltada para crianças, no Espaço Rebentos. O novo palco infantil conta com bate-papos, contações de histórias, oficinas e apresentações musicais com grandes autores, ilustradores e artistas do livro para as infâncias.

Ruth Rocha, Pedro Bandeira e Bela Gil am pelo palco infantil. A ideia, segundo a curadora Juliana Vettore, é conectar as crianças com escritores que transam gerações.

“A gente fez um exercício de dialogar com os outros palcos da feira e trazer todos os temas, como política e meio ambiente, em uma linguagem adequada. A partir dessas atividades, as crianças entram também em contato com as histórias e a gente espera que muitos leitores se formem aqui de alguma forma”, explica Vettore à CNN.

A pequena leitora Alice Martins escolheu o título “Amor de Cabelo” para ler na biblioteca comunitária do Espaço Rebentos. A estudante de apenas dez anos justificou a escolha do livro: “Eu não aceitava meu cabelo antes. Muitas pessoas não aceitam o cabelo. A história traz que a gente tem que aceitar a gente do jeito que a gente é”.