"Apesar da semana histórica na política brasileira, marcada pelo depoimento de Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal sobre acusações de tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente manterá sua influência política mesmo diante de uma provável condenação", argumenta.
O analista avalia que Bolsonaro será visto por sua base como vítima de perseguição política pelo STF, o que não diminuirá seu capital político eleitoral. "Uma condenação e um provável mandado de prisão não deve diminuir o seu capital político eleitoral", afirma Garman.
Segundo o diretor da Eurasia, Bolsonaro continuará sendo o principal ator a definir o cenário da oposição para 2026, seja "dentro da prisão ou fora dela". Para ele, a escolha do ex-presidente para representá-lo nas próximas eleições presidenciais terá grandes chances de chegar ao segundo turno.
Garman aponta que a unidade ou fragmentação da direita dependerá das decisões de Bolsonaro. "Somente Bolsonaro que vai pautar se a direita chegará dividida ou unificada no ano que vem", destaca.
"Se ele optar por apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a oposição tenderá a se unificar. Por outro lado, caso escolha um membro de sua família para representá-lo, a direita poderá se fragmentar no primeiro turno", explica.
O analista conclui que, independentemente do desfecho judicial, Bolsonaro permanecerá como figura central na definição das estratégias e alianças da oposição para as próximas eleições majoritárias.